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sexta-feira, 13 de abril de 2007

As senhoras da Jeová e eu


Dialogo.
Tocam a porta, 11 da manhã, eu ainda estou de roupão (já tomei banho, sou pobre mas ou limpinha). Um casal.
- Bom dia!
-Bom dia!
-Quer viver pra sempre?!
-Não!!!
Espanto!!!
- Você não quer viver pra sempre num mundo como está hoje. Cheio de guerras, doenças, fome.
- Não minha senhora, eu não quero mesmo viver pra sempre, porque pra sempre é muito tempo na minha agenda.
-Mas isso é porque o Senhor ainda não iluminou a sua vida.

Depois desse dialogo, a senhora ficou quase 10 minutos a tentar me explicar os benefícios de uma eternidade sem dor. Com direito a leitura de bíblia e tudo, ela queria que eu lesse, mas disse que não sabia aonde estavam os óculos. Mentira, mas não estava com muita paciência.
Perguntei o seguinte a senhora:

- Acho que a morte, a doença e todas as dificuldades por que passamos servem pra nos moldar quanto seres humanos. Algumas experiências fazem de nós melhores ou piores pessoas. Como seria vivermos num ambiente de nirvana, pura felicidade, sem preocupações, a brincar de escondidas com os animais, não corremos os risco de, depois de 150 anos de juventude paz e amor, ficarmos com vontade de nos atirarmos de um penhasco?!

- Não, porque o Senhor é amor, e jamais permitiria uma coisa dessas.

Enfim, eu não acredito na eternidade, mas essa sou eu. O pior de tudo é que não me consigo livrar dessas senhoras. Eu respeito-as muito, porque sinceramente, não me estou a ver de porta em porta a receber respostas mal criadas e insultos de quem não está com paciência para me aturar. Não arranjo maneira de dizer a uma das senhoras que vem cá a casa, a procura da minha irmã mas acaba sempre por me encontrar, que não estou interessada no estudo bíblico. Não estou nada virada pra Deus nesse momento, talvez daqui a uns anos.

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