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sábado, 5 de maio de 2007

Letargia



O poder já não é do povo. "Nós", o povo, os que detemos o "poder", os que entregamos o "poder" aos nossos representantes para defenderem os nossos interesses, não conseguimos retira-lo quando achamos que estamos a ser mal representados. O que aconteceu essa semana em Israel fez-me pensar nesse assunto. Quando é que a voz de protesto de 200 mil pessoas deixou de ser importante, ao ponto de o primeiro ministro recusado se demitir, porque, "não lhe apetece". Quando liguei a tv tive uma sensação de "deja-vu" porque as manifestações anti-guerra tiveram exactamente o mesmo efeito, caíram em saco roto. Se um milhão de pessoas não consegue derrubar um governo, quem pode? A voz do povo afinal não é mais a voz de Deus, ou se calhar nunca foi.
Do que nos vale, hoje em dia, o nosso poder de reevidicar se acabamos por nos conformar com o que temos. O inconformismo é que deu vida ao movimento dos direitos civis, que acabou com a escravatura, que retirou as tropas do Vietman, que pôs fim ao holocausto. Acredito que o poder do voto existe para não assoberbarmos nos nossos "representantes" de poder para que eles não pensem que estão acima da lei e que os seus interesses privados são mais importantes que o bem estar do "todo".
Mas, por outro lado, enquanto uns se manifestam e procura manter-se activos na sociedade, outros parece que estão hipnotizados. Anda tudo preocupado com as contas, o dinheiro, os empréstimos, os caprichos dos filhos, e outros fazem manifestações para legalizar a
cannabis, cada um com os seus problemas. Acredito que o mundo vai ser um bocadinho melhor quando deixarmos de olhar menos para o nosso umbigo.

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